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Mostrando postagens de julho, 2013

Pra ser oceano

Difícil é ser rio quando todos os outros são riacho. Ou arrebentar as paredes da represa e correr, fluida. Virar mar. Espalhar ideias como se fossem as águas claras do Atlântico. Encharcar os pés e subir pela epiderme daqueles que, tímidos, se banham aos poucos, mas que no final se entregam, e acordam. Ser rio, desaguar no mar. Oceano em breve.

Orlando Pedroso II

La petit mort

Menos de cinco segundos e tudo acaba.  A dor, a fome, o torpor.  Salvo os raros, que duram intermináveis dez segundos. Agonia, suspiro, alivio. Tudo deixa de ser durante o vai e vem da consciência plena.  Nada é pouco demais. A vida não é e nem precisa ser.  Resume-se a cinco segundos. Vida e morte. Dor e fome. Agonia e alivio. O dito e o não dito, confundindo-se no momento que antecede o cheiro. A mesma duração de um suspiro. O segundo incontável em que contraem-se os dedos e fecham-se os olhos. E explode.  La petite mort.

Tudo pode acontecer.

É sábado à noite. Todos estão na rua escondendo-se de sua solidão. É sábado à noite. Todos os copos estão cheios em Happy hours barulhentos escondendo a necessidade de um olhar brando e um medo de ficar sozinho. É noite de sábado. Pessoas normais também ficam em casa alimentando ideias vazias com pratos cheios de comida barata e música cult para aliviar a alma. E todos eles acham que são melhores em suas diferenças. No final, são todos parte de um rebanho e peças de um teatro móvel que ninguém sabe onde vai dar, mas é sábado, à noite.

Pedaço por pedaço.

Teu olhar me dilata a alma, já não sei se ando ou corro, sinto como se cada pedaço de mim voasse cada vez mais longe, e a cada quilometro todo o corpo se aquece, é um eterno esvanecer
Eu sou passível de substituição. Eu substituo sem piedade. 

"Pido Silencio"

Quero apenas cinco coisas.. Primeiro é o amor sem fim A segunda é ver o outono A terceira é o grave inverno Em quarto lugar o verão A quinta coisa são teus olhos Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando. Partes do poema Pido Silencio - Pablo Neruda

Colheres

Doida pra dar uma de sopa, acabou dando a de chá. Até agora não sabe direito a medida do sentimento. 

Marília Rezende

Fale baixo... a dor acaba de dormir. Neste momento preciso de uma alma mentirosa. piedosa. caridosa que só fale o que eu quero ouvir...

Greve a vista

De tanta falta, sobra espaço, espaço pouco, mal administrado. Falta dada, ponto cobrado. Carência, desafeto, insensibilidade talvez, amor? Não sei. Sigo a deriva navegando em um mar escuro, de uma solidão infinda onde cores agudas e sons neutros em tons pastéis de um céu cinza, escondem o sol amarelo claro por trás de sua tristeza. mas dá pra ver, Greve a vista!