Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2016

Conto de um encontro futuro

Quando coloquei meus olhos nela, sabia que precisava me aproximar de novo. Anos se passaram desde que nos falamos pela ultima vez, e não havia sido uma boa despedida, um dos dois saiu machucado e eu sabia que a chance de que ela me desse um “oi” era bem pequena, mas tentei. Cheguei até ela, estava rodeada de amigos, como sempre. Ela era a popular, e eu o reservado. Todos me olharam com aquela cara de “o que você pensa que esta fazendo?” e sinceramente nem eu sabia, mas deveria tentar. Ela estava linda, ainda mais linda na verdade. Os anos lhe caíram bem, seu rosto não era mais de menina, refletia agora a mulher forte que ela se tornara. Ela é. Sempre foi. Toquei seu ombro, e o sorriso que ela abriu me convenceu a ir até o fim. - Nem reconheci que era você, esta maravilhosa! - Você sempre usou esse adjetivo pra mim, e eu continuo concordando! – Ela ri, e meu deus, alguma coisa mexe no meu estômago.

Passa

Ela colocou Moska pra tocar e não levantou da cama. Preguiça reinava. Ontem ela te viu, parado no trânsito turbulento que uma cidade, não tão pequena, consegue ter. O coração parou, de surpresa. Mas depois voltou a bater no ritmo de sempre. Ela sorriu. Decidiu andar e viu cores e formas que nunca havia prestado atenção, cumprimentou os flanelinhas que trabalhavam, abriu um sorriso para todo mundo que cruzou seu caminho. Nunca teve tanta certeza dos passos que dava, andava com a firmeza de quem, como você certa vez disse, tinha a companhia de Oxóssi. Quando em casa, pronta pra dormir, seu último pensamento foi a vontade de praticar jiu no dia seguinte. É, e não é que passa mesmo?

Autor Desconhecido

Conto de um domingo futuro.

Eloá nasceu num dia de inverno, mas veio cheia de calor. Minha primeira menina. Sua chegada foi esperada e celebrada com todo amor que podia existir naquela pequena cidade. Estivemos preparando o mundo pra te receber, filha. Cresceu como toda criança: espevitada, falante, elétrica. Junto com o irmão, fazia a festa. E a família, grande, era sua diversão. Garota esperta essa Eloá, camaleõa, sabia ser exatamente o que precisava pra conseguir o que queria. Ia dar trabalho no futuro, pois não aceitaria menos do que merecia, e é assim que a quero. Empoderada. Faltam poucos dias para celebrarmos o dia dos pais. É o 4º com Eloá presente, e agora nem sabemos mais como era comemorar um dia dos pais só com o primeiro filho, Cadu. Cadu é filho do primeiro casamento de João, e eu o amo como se também fosse meu. Sua mãe faleceu quando ele ainda tinha 5 anos de idade, e desde então mora conosco. Agora, com 9, já me vê como mãe, mesmo que a memória da falecida seja mantida e honrada. Cadu é u

Da flor, o adeus.

Acabei de voltar do cinema. Fui sozinha. Entendi que faz parte do processo de independência emocional que eu coloquei como meta para esse ano, que vai e maravilhoso. Confesso que eu gostaria de ter ido contigo, é uma das várias coisas que eu pensei em fazer em sua companhia. Quando cheguei em casa me deu aquela vontade louca de te ligar e contar sobre os filmes que assisti. E das coisas que ando fazendo pra não pensar em você. Se você estivesse aqui eu te diria que também assisti a seu último vídeo, e que quando você deu risada, eu ri junto.  E senti sua falta. Sabe, sentir falta é diferente de sentir saudade.