Acho que ainda escrevo sobre você na esperança de que daqui há alguns meses essas palavras só façam sentido para quem ler, como aqueles textos que achamos na internet e juramos que foi escrito pra gente, como se quem estivesse do outro lado da tela nos conhecesse intimamente. Nenhuma das vezes que você partiu foi tão perturbadora como esta última. Na verdade, pouco tempo depois da sua partida eu quebrei. De início a surpresa trouxe alívio. Ah! Quase cantei o sentimento de liberdade. Eu sufocava ao seu lado, eu vivia me afogando sem saber quando seria a última respiração. Quando eu iria enfim ser feliz sem temer a próxima onda. Logo eu, que gosto tanto do mar.
Escrevo o que penso, ensaio o que sinto. Nem tudo é real, mas tudo sou eu.