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Mostrando postagens de julho, 2017

(Res)sentimento

Acho que ainda escrevo sobre você na esperança de que daqui há alguns meses essas palavras só façam sentido para quem ler, como aqueles textos que achamos na internet e juramos que foi escrito pra gente, como se quem estivesse do outro lado da tela nos conhecesse intimamente. Nenhuma das vezes que você partiu foi tão perturbadora como esta última. Na verdade, pouco tempo depois da sua partida eu quebrei. De início a surpresa trouxe alívio. Ah! Quase cantei o sentimento de liberdade. Eu sufocava ao seu lado, eu vivia me afogando sem saber quando seria a última respiração. Quando eu iria enfim ser feliz sem temer a próxima onda. Logo eu, que gosto tanto do mar.

Pra ferir

Você não me tem. Não me alcança. Sou ponta de lança, flecha atirada e palavra perdida. Você não me tem. Seu corpo me toca, suas palavras me ferem, sua visão me turva, mas você não me tem. Suas mãos me dedilham da mesma forma que a teu violão, mas o som que eu propago, que ecoa madrugada afora, não é seu.

mercúrio em peixes

Quando eu fico extremamente triste eu desisto de mim. Eu penso no que eu quero e tudo me parece impossível de conseguir. Eu não me vejo lá, no distante, no futuro. Eu fico aqui, presa, revivendo diversas memórias sem de fato me atentar pro percurso. A dureza da vida é saber entender. Faço o compromisso comigo mesma de meditar e fazer yoga. De acordar cedo e cumprir as tarefas do dia. Loto o mural de avisos e retiro tudo que possa me distrair. Não adianta. Viver dentro da cabeça é isso: mercúrio em peixes. 

Rupi Kaur com suas facas

Agora

Agora que já passou, que já foi, que já era, que sumiu, que acabou, que foi embora, que deixou pra lá, que terminou, que não importa, que se escafedeu, que deu linha, que se picou, que fugiu, acordei plena.