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Mostrando postagens de agosto, 2016

Poesia Matinal

Minha poesia matinal é ver você acordar e me buscar para o teu abraço. São seus dreads cobertos de pucumã, e o cheiro da tua pele preta quente.

Abrigo

Em dias de chuva detesto sair de casa. Sabe, acho que chuva é Deus dizendo pra gente que é dia de folga. Deveria ser automaticamente feriado se o dia amanhece nublado. Não que eu não goste dos dias chuvosos e nem do inverno, pelo contrário! Adoro o cheiro da terra molhada que combina com o cheiro do café quente, aquele de coador, forte e amargo. Adoro as gotinhas que se formam nas plantas, e o caminho percorrido por elas da superfície ao chão. Amo o barulho da chuva batendo no telhado e invadindo as frestas da janela com o vento forte. Mas em dia de chuva procuro abrigo. Ficar em casa debaixo do cobertor ou sair agasalhada para que nem os pés fiquem molhados. É que mesmo amando a chuva, no frio que vem com ela, procuramos o calor.

Meu companheiro

Vem ser o meu horário de voltar pra casa, minha vontade de cozinhar, o que me faz parar em um dia movimentado só pra comprar algo que me fez lembrar você. Fica aqui. Vem ser meu abrigo, meu trem de pouso, meu descanso depois de achar que nada é pra mim.  Vem ser meus dois filhos, meu menino, meu amante, meus gatos e cachorros, minha preocupação. Vem ser meu abraço, meu aconchego, minha casinha branca no meio do mato e o rio que lava tudo que foi.

Intimidade

Esse mundo tá muito louco. A gente fica com vontade e perde chances incríveis por conta do medo. Mas sempre que alguém pergunta, somos as primeiras a incentivar: "você deve insistir!". Mas a gente desisti. Queremos as coisas fáceis. Aceitamos a superficialidade. A gente tem medo de ter que mostrar o que tem lá no fundo. As vezes ate penso que é preguiça, de se mostrar e de descobrir. E ai o raso fica mais interessante. Posso ser qualquer coisa que eu queira mostrar para a superficialidade. Podemos ser açucarados, podemos ser atenciosas, podemos segurar forte e ate dizer que amamos. Mas não seremos doce, não seremos afetivos, não vamos abraçar e sentir que o corpo se perde no corpo do outro. É compreensível que tenhamos medo de profundidade. Ela requer compromisso, para além do nosso egoísmo. Requer cuidado, vontade e principalmente a coragem de ser íntimo e de se deixar ser íntimo. Ninguém mergulha de cara em águas desconhecidas, então intimidade requer paciência. E coragem.