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Mostrando postagens de agosto, 2013

Seca

Não me venha com conta gotas, sou gulosa demais para dez por cento. Suas gotas não matam a fome do meu corpo, ele precisa de muito mais. Como a terra vermelha do meu nordeste, minha língua clama pela sua. Seca. Rachada. Como o barro que enfeitiça e castiga minha terra. Faça chover. “chova-se”. Molha-me. Uma dose alta de você e nada mais me atinge.

Várias pedras e um castelo

Um dia nós vamos ter uma briga feia, e eu vou te dizer todos os alvoroços que ficam entalados na minha garganta. Um dia, quando eu lhe arremessar copos e pratos, quando você esmurrar a parede, eu vou saber que chegamos no nosso limite e que já não dá pra remediar. 

Efeito borboleta.

É natural demais, quase como os processos biológicos do meu corpo. Sinto-os até em sua viagem pelas veias e artérias, sendo levados a todos os recantos do corpo e depois se esvaindo pelas pontas dos dedos em direção ao universo. É pra equilibrar. Primeiro me lava, e depois leva outro alguém a conhecer o mesmo processo. E não poderia ser diferente, não seria correto manter só pra mim quando ele aquece e brilha tão sozinho como o sol, tão próximo quanto o vento mais suave, tão forte quanto o balanço do mar em dias de tempestade. Tão natural como o bater de asas de uma borboleta que altera em segundos toda e qualquer coisa que poderia existir, ou que viesse a ser.