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Mostrando postagens de setembro, 2015

Mas porque um “Dia Nacional da Mulher Negra”?

Dia Nacional e Internacional da Mulher Negra - 25 de julho! Por Valéria Martins Há 22 anos, aconteceu na República Dominicana, o I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. O encontro contou com a representação de 70 países e foi realizado com o objetivo de colocar em debate as especificidades da luta das mulheres negras destes países. A partir disso temos a criação do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, a Presidente Dilma legitima a data como Dia Nacional de Tereza Benguela* e da Mulher Negra. Passamos assim a ter uma data internacional e nacional para lembrarmo-nos das mulheres negras guerreiras que mudaram a história do mundo e do país, e também para reavivarmos o sentimento de que a luta ainda não terminou. Mas porque um “Dia Nacional da Mulher Negra”?

Que não tenhamos medo da nossa militância

Todo dia tem sido um péssimo dia para ser negra no Brasil. O sentimento é ainda pior quando se é militante e empoderada. Esse é um assunto que venho querendo escrever já há algum tempo, mas me faltava "coragem". Vai ter pouco sentido (talvez), mas vou colocar tudo pra fora. O processo de desencantamento do mundo para nós, mulheres negras, acontece muito cedo: logo na infância percebemos que não somos e nem seremos a preferida e que não vai ter príncipe nenhum, muito pelo contrário. Para nós é reservado o espaço das empregadas que nem se quer são nomeadas de Cinderela. Entretanto, na infância, esse desencantamento ainda é mascarado pelos sonhos infantis. Há sempre esperança para as crianças. Quando crescemos e começamos a perceber as relações de poder e hierarquias sociais aos quais somos submetidas (todas nós, brancas e não brancas, mas em especifico as mulheres negras), entendemos que o mundo, e a sociedade em si, é dividida e pretende manter essa divisão. Não