Alguma coisa acontece em mim quando ele passa, e todas as
vezes que ele chega algo em mim parece morrer. É, é dor de morte. Sinto como se me despedaçasse e no despedaçar
vou me construindo.
Pode
ser culpa dele, talvez até seja porque sinto que cada pedaço meu perdido no ar é substituído
por pedaços dele, e ele me completa e parece que foi feito como tal para mim.
Quem sabe seja isso, de se perder e só se sentir completa quando outro corpo te
habita, quem sabe isso... Essa apropriação "almática", seja o tal do amor. De
verdade eu não sei, talvez seja. Eu só sei que quero me despedaçar toda vez que
o encontrar e quem sabe um dia desses, numa noite fria qualquer, a gente acabe se
aquecendo na colcha de retalhos em que vou ter me transformado.