Oi,
sou eu.
Você já sabe quem, não é? Essa deve ser a quinta mensagem que tento deixar hoje, e tu sabe que isso é um grande passo pra alguém que não costuma falar sobre si mesmo. Mas to aqui, mesmo que tão fora de mim e sem me reconhecer.
Eu
esperei um contato seu antes, estive em casa o tempo todo e nada de você
chegar, mesmo que ali você já estivesse presente. Todos os cantos da casa tem
você, como um reflexo do que existe dentro de mim.
Então
eu estou ligando pra avisar que estou fazendo uma faxina. Não dá pra te ter
aqui mesmo quando você não está, se quando você chega, a sensação é de que ja foi embora. A confusão se instala. E só fica teu cheiro impregnando as paredes brancas que
me cercam.
O
meu erro foi achar que só estava demorando, que um dia seria, um dia seria, mas
nunca foi. Não foi bilateral, não foi simples e nem bonito como eu acho que
deveria ter sido. Me pergunto até se aconteceu de verdade ou foi só na minha
cabeça. E na sua?
O
que me entristece é saber que não há uma resposta correta, porque os sentimentos foram tantos, e caminharam por tantos lugares, e ainda assim não foi motivo
suficiente pra mudança, não foi suficiente pra ser mais e fazer das
nossas vidas o que idealizamos.
Mas
fica a esperança. Sinto que lá na frente nos reencontremos, e a vida vai ter
nos ensinado a ser o que queríamos antes. O tempo vai mostrar que as portas
fechadas aqui, e os sonhos perdidos aqui foram guardados para brilhar e abrir
com um novo sorriso.
Daí
eu espero que esteja feliz, que teu sorriso brilhe como o sol depois da chuva.
Nós
somos a chuva. Vamos procurar o sol.
Até
lá!