Preposição. Um limite concreto no tempo. Sobre estar só, eu
sei. Sobre ser só, também. Nasci sozinha, não veio ninguém depois de mim e o
que sei de afeto aprendi. Rude. A gente dá o que a gente tem.
Na vida aprendi que é melhor calar, mas tenho tanto a dizer
que quando aprendi a falar com minhas próprias palavras, não quis parar. Você
pode chamar de feio, vulgaridades, verdades fora do contexto. Tanto faz. É
estômago. Vem de dentro.
Vísceras. Viseira. Virado. Cheguei. Trouxe toda a bagagem que
tenho comigo e não é pouca. E nem tudo é quinquilharia. Todo tantinho de mim,
que busco e reviro sempre que posso, sempre que preciso. E as necessidades são
muitas. Há quem peça para nega-las: não seja assim, arruma um salão. Há quem
queira conhecer: não te imagino de outra forma. Graças a Deusa.
Nem eu imagino. De tudo que passei pra chegar aqui, só digo
uma coisa: tem muito mais. Do que quero, do que sinto e ainda não vi: lua cheia
em cima do mar numa noite de sábado qualquer, que tinha tudo pra não sair da
rotina. Que troço louco.
“Soluça, quer dizer, relembra”. Amizade, não quero, não sei. Mendigar amor,
não vale. A gente nasceu sozinho mesmo. Um limite concreto no espaço.