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Rita Lee

Vamos fazer amor agora, ele me disse. Em plena segunda-feira, ao meio dia. Fiquei seca. Amor é uma palavra tão forte que suga o ar ao meu redor. Me seca. Me deixa confusa. Me põe a pensar sobre o que é fazer amor... É só compartilhar o corpo? É chegar juntos ao orgasmo? É dormir comigo porquê tava muito tarde pra ir embora?
Acho que prefiro o sexo. Sei lidar com o sexo, sei o que esperar dele. O amor, pra mim, ainda é rio. Lindo e traiçoeiro. Ora vai ficando cristalino, me encantando com a calmaria convidativa de suas aguas frias, espelhando meu corpo e rosto contra o sol. Ora me faz temer sem saber o que esperar de suas águas escuras e quentes.
Não quero fazer amor contigo. Amor não se faz embaixo dos lençóis. Chame de sexo. Amor é passar o dia assistindo filme e comendo amendoim, com preguiça de sair de casa. É acordar com o cheiro do cuscuz com banana e canela e café passado na hora. Fazer amor é por cima do lençol. E o sexo só é bom quando é uma extensão dele.
Fazer amor leva tempo, pede tempo. Sexo acaba em 20 minutos.
Por muito tempo minha vontade era só do sexo. Porque o amor não era pra mim. Amor pede doação de alma, de tempo, disposição. Sexo só pede o corpo. Agora entendo Rita Lee.

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Te quero bem.

Descobri que te quero bem. Independe das tuas escolhas, do teu jeito e do teu mau humor. Quero que sejas feliz e que a sua maneira, tudo se encaixe e se encontre da melhor forma possível. Que teus amores perdidos decidam voltar pra casa, que teus amigos ingratos não lhe esquentem a cabeça. Que teu sorriso safado e sua cara marrenta se misturem e nunca percam o brilho. Descobri que te quero, de uma forma só, da mesma maneira anterior. Te quero bem.

"Bora lutar. Bora ser feliz."

VIVA-SE